Investigação concluiu que a repórter optou por romper contato com a família; ela estava desaparecida desde fevereiro

Após quase dois meses de buscas, a Polícia Civil do Rio de Janeiro concluiu o caso envolvendo o desaparecimento da jornalista britânica Charlotte Alice Peet, de 32 anos. A profissional da imprensa, que atua como freelancer para veículos internacionais como Al Jazeera, The Telegraph, The Evening Standard, The Times e The Independent, foi localizada em 27 de março em São Paulo, em um hostel na região dos Jardins.

Charlotte havia sido considerada desaparecida desde o dia 8 de fevereiro, quando fez seu último contato conhecido. A Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), do Rio de Janeiro, liderou as investigações, com o apoio da Polícia Civil de São Paulo. Após ser localizada, a jornalista afirmou às autoridades que estava bem e expressou o desejo de não retomar contato com familiares — decisão que levou ao encerramento oficial da investigação.

Em nota, a Polícia Civil fluminense confirmou que “a jornalista, que havia retornado a São Paulo em 28 de fevereiro, manifestou desejo de não manter contato com familiares. Diante disso, a investigação do desaparecimento foi concluída”.

O alerta inicial sobre o sumiço foi feito por uma amiga americana de Charlotte, que registrou o boletim de ocorrência na Delegacia de Atendimento ao Turista (Deat), no Rio. Segundo a amiga, elas se conheceram em 2022, durante uma temporada em que a britânica trabalhava como correspondente no Brasil. Após um período em Londres, Charlotte voltou ao país em novembro de 2024. As duas chegaram a se reencontrar em Santa Teresa, região central da capital fluminense, pouco depois do retorno.

No dia 8 de fevereiro, Charlotte entrou em contato com a amiga por meio do WhatsApp. Disse que estava em São Paulo e planejava ir para o Rio, onde buscava um lugar para se hospedar. A amiga, no entanto, explicou que não poderia recebê-la em casa. Dias depois, preocupada com o sumiço de notícias, a família da jornalista procurou essa mesma amiga em busca de informações.

Durante as investigações, imagens obtidas por câmeras de segurança mostraram Charlotte se hospedando, em 21 de fevereiro, em um hostel localizado na comunidade Dona Marta, na zona sul do Rio. A gravação também registrou sua saída do local no dia 24 do mesmo mês, alimentando a principal hipótese da polícia: a de que a jornalista teria interrompido voluntariamente os vínculos familiares.

Embora o desaparecimento tenha levantado preocupações entre colegas de profissão e familiares no Reino Unido, a polícia brasileira concluiu que não houve indícios de crime ou de privação de liberdade. O caso passa agora a ser tratado como uma escolha pessoal de distanciamento.

Charlotte Peet optou por não comentar publicamente o caso até o momento.