Notícias

Mulher é presa por injúria racial e homofobia após ofender agente público em estação do BRT na Zona Oeste do Rio

  • Categoria: RACISMO
  • Publicação: 30/06/2025 08:02

Uma mulher foi presa na tarde do último domingo (29) por injúria racial e ofensas homofóbicas contra um agente da Prefeitura do Rio de Janeiro, na estação do BRT da Taquara, na Zona Oeste da cidade. Segundo informações da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop), a mulher teria acessado a estação sem pagar passagem e, ao ser abordada por agentes municipais, passou a proferir uma série de insultos de cunho racista e discriminatório.

De acordo com a Seop, a suspeita foi flagrada pelas câmeras de segurança do local. As imagens mostram o momento em que os agentes orientam a mulher a se retirar da estação por estar sem passagem. Em resposta, ela se recusou a sair e passou a xingar um dos servidores, utilizando termos como "macaco" e "preto nojento". A agressora também lançou ofensas homofóbicas durante o confronto verbal.

Mesmo após ser contida e colocada dentro da viatura, a mulher continuou com os insultos. Em um dos registros gravados pelos próprios agentes, ela afirma: “Sou preta igual a você, mas não sou suja e imunda igual a você”, evidenciando o caráter discriminatório da abordagem.

Diante da resistência e da postura agressiva da mulher, os agentes utilizaram algemas para realizar a condução de forma segura até a 32ª Delegacia de Polícia (Taquara), onde a acusada foi autuada em flagrante por injúria racial — crime tipificado pela Lei nº 14.532/23, que equipara a injúria racial ao racismo, tornando-o inafiançável e imprescritível. Com a nova legislação, não é possível o pagamento de fiança, o que mantém a acusada detida enquanto aguarda as deliberações da Justiça.

A Prefeitura do Rio de Janeiro repudiou veementemente o episódio e reforçou que casos de racismo e discriminação serão enfrentados com tolerância zero. A administração municipal também informou que está prestando todo o suporte jurídico e psicológico ao agente vítima das agressões, destacando a importância de proteger os servidores públicos no exercício de suas funções.

O caso será acompanhado pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), que deverá apurar possíveis agravantes, como a motivação discriminatória associada à função pública da vítima. A acusada segue detida à disposição da Justiça, e seu processo deverá tramitar sob o rito especial previsto para crimes de ódio e intolerância.

Atualização:
Organizações da sociedade civil e movimentos antirracistas se manifestaram nas redes sociais cobrando justiça e pedindo a ampliação de ações de combate ao racismo estrutural nos serviços públicos. Já o Sindicato dos Agentes de Ordem Pública do Rio também emitiu nota em solidariedade ao profissional agredido e pediu mais proteção e capacitação permanente para lidar com situações de conflito e violência.

A Seop informou ainda que será instalada uma comissão interna para avaliar a conduta operacional dos agentes envolvidos e propor melhorias nos protocolos de abordagem, sempre dentro do respeito aos direitos humanos.