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Mulher é presa na Flórida após matar filho de 6 anos durante suposto ritual de exorcismo

  • Categoria: INTERNACIONAL
  • Publicação: 05/06/2025 07:52

Crime brutal com motivações religiosas levanta discussões sobre saúde mental e crenças extremistas nos Estados Unidos

Um crime de extrema violência envolvendo elementos de fanatismo religioso chocou a comunidade de St. Lucie, na Flórida (EUA). Rhonda Paulynice, de 31 anos, foi presa na última sexta-feira (30) sob a acusação de ter matado o próprio filho, Ra'Myl Pierre, de apenas 6 anos, durante o que descreveu como um “ritual espiritual” para expulsar demônios.

O caso veio à tona após a escola do menino registrar sua ausência por cerca de duas semanas. Preocupadas com o bem-estar da criança, autoridades locais foram acionadas para realizar uma visita domiciliar. Ao entrarem na casa da família, os policiais encontraram o corpo de Ra'Myl enrolado em um pano no chão do quarto, com o rosto descoberto — cena que os agentes descreveram como perturbadora.

De acordo com o relatório da polícia do condado de St. Lucie, Rhonda confessou o crime no momento da abordagem. Em depoimento, ela afirmou que acreditava estar cumprindo uma missão divina: teria recebido “ordens de Deus” para realizar um exorcismo no filho, que ela acreditava estar possuído por um espírito maligno. Durante o ritual, sufocou o menino com as próprias mãos até que ele parasse de se mexer. Segundo a investigada, sua intenção era libertá-lo, acreditando que ele voltaria à vida após a suposta “purificação”.

Rhonda relatou ainda que vinha tendo sonhos recorrentes com uma entidade que chamava de “Deus Pai”, a qual a alertava sobre eventos futuros e lhe atribuía tarefas espirituais. Em sua narrativa confusa e carregada de simbolismo religioso, ela descreveu o próprio filho como um “recipiente” dominado por forças sobrenaturais.

Em entrevista coletiva, o xerife Richard Del Toro, responsável pela investigação, afirmou que Rhonda não demonstrou arrependimento ao descrever os eventos. “Ela estava convencida de que estava fazendo a vontade de Deus. Quando a criança morreu, ela interpretou aquilo como uma libertação espiritual”, disse o oficial.

As autoridades acreditam que a morte de Ra'Myl tenha ocorrido por volta do dia 18 de maio, embora o corpo só tenha sido descoberto quase duas semanas depois. A polícia trabalha agora para entender se Rhonda já apresentava histórico de transtornos mentais ou se havia sinais anteriores de negligência e risco para a criança. Testemunhas e vizinhos também estão sendo ouvidos para esclarecer o contexto familiar.

Rhonda Paulynice permanece sob custódia e deve responder formalmente por homicídio em primeiro grau. A promotoria também avalia se o caso envolverá perícias psiquiátricas para determinar a sanidade mental da acusada.

O episódio reacende debates sobre os limites entre fé e delírio, além da necessidade de atenção a sinais de desequilíbrio psicológico, especialmente em contextos de isolamento social ou vulnerabilidade religiosa. A comunidade de St. Lucie, ainda abalada, organizou vigílias em memória de Ra'Myl, cuja morte levanta questões dolorosas sobre a proteção de crianças em ambientes familiares instáveis.