Governo Federal anuncia ampliação da transposição do Rio São Francisco, com impacto para mais de 8 milhões de nordestinos
- Categoria: POLÍTICA
- Publicação: 30/05/2025 08:59

O Governo Federal deu início, nesta quarta-feira (28), à duplicação da capacidade de bombeamento de água do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF). A ordem de serviço foi assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante cerimônia realizada em Salgueiro (PE). A medida deve beneficiar cerca de 8,1 milhões de pessoas em 237 municípios dos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.
A obra vai dobrar a vazão em três Estações de Bombeamento (EBIs) localizadas em Pernambuco — EBI-1, em Cabrobó, além da EBI-2 e EBI-3 — passando dos atuais 24,75 m³/s para 49 m³/s. O investimento previsto é de R$ 491 milhões, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Durante o evento, o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, classificou a ampliação como “o coração da transposição batendo mais forte”. “É o Estado brasileiro dizendo que não vai permitir que o Nordeste viva sob a incerteza da estiagem”, afirmou.
Além da obra de duplicação, Góes informou que há outras 70 obras de segurança hídrica em andamento no Nordeste, sendo 30 de grande porte, como adutoras, barragens e canais. Segundo ele, os investimentos somam R$ 12 bilhões, com recursos já garantidos. “Não faltará dinheiro até que todas estejam concluídas”, garantiu o ministro.
Em discurso breve, Lula reforçou o papel do Governo Federal na execução da infraestrutura hídrica, mas cobrou ação de estados e municípios. “O governo fez a água chegar à cidade. Agora é responsabilidade dos prefeitos e governadores garantir que ela chegue às casas das pessoas, tratada e com qualidade”, disse. O presidente também destacou a importância de levar o recurso a pequenos agricultores, que muitas vezes não têm acesso a bombas ou motores.
Lula ainda resgatou o histórico da transposição, cujo primeiro projeto data de 1846, ainda no império de Dom Pedro II. “Tirei essa obra do papel não para fazer piscina de ondas para granfino surfar, nem para praia de turista estrangeiro. Essa obra é para garantir água para o povo do Semiárido brasileiro”, declarou. Em tom emotivo, ele relembrou sua infância no Agreste pernambucano: “Eu sei o que é beber água suja de açude, esperar assentar para não engolir caramujo ou fezes de animais.”
A solenidade reuniu milhares de pessoas, incluindo prefeitos de diversas cidades do Nordeste. O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), destacou a relevância da obra e exaltou Lula: “Precisava um filho do Sertão pernambucano para tirar essa obra do papel e fazer a água chegar ao Ceará, à Paraíba, ao Rio Grande do Norte. Quem já passou sede, fome e desesperança, com Lula tem água, trabalho e vida melhor.”
Para o ministro Waldez Góes, o impacto do projeto é histórico: “A história do Sertão está dividida entre antes de Lula e depois de Lula. Água, saúde, educação, renda mínima e crédito se juntam para garantir dignidade e qualidade de vida.”
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