Durante a mais recente visita de Estado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, Brasil e China assinaram 20 acordos bilaterais, entre eles um memorando de entendimento voltado ao fortalecimento da cooperação em Inteligência Artificial (IA). O documento estabelece cinco áreas prioritárias de colaboração entre os dois países: infraestrutura tecnológica, capacitação e intercâmbio de profissionais, compartilhamento de experiências em aplicações e plataformas, enfrentamento dos riscos associados à IA e desenvolvimento de competências técnicas.

A iniciativa faz parte da estratégia brasileira para impulsionar a digitalização da indústria nacional. Segundo o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Márcio Elias Rosa, que assinou o memorando com a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China, o objetivo é incorporar os avanços da IA diretamente aos processos produtivos.

“Precisamos levar os ganhos da inteligência artificial para o chão de fábrica. Isso vai aumentar a produtividade e melhorar a competitividade do Brasil no cenário internacional”, afirmou Elias Rosa, em entrevista ao Brasil de Fato durante a missão oficial a Pequim. Ele destacou que a iniciativa está alinhada com as diretrizes da Nova Indústria Brasil, plano do governo federal para modernizar o setor industrial brasileiro. “Queremos uma indústria mais digital, competitiva, produtiva, sustentável e exportadora”, completou.

O secretário também ressaltou a expertise chinesa no setor industrial como um fator estratégico para o Brasil. “A China tem experiência comprovada e alta produtividade. Sabemos que podemos aprender muito com esse intercâmbio”, disse.

Já de volta a Brasília, Elias Rosa participou, na última terça-feira (20), do Fórum de Alto Nível do BRICS sobre Inteligência Artificial 2025. O evento, organizado em parceria com o governo chinês, contou com a presença do vice-ministro da Indústria e Tecnologia da Informação da China, Xiong Jijun.

Na coletiva de encerramento da visita oficial à China, o presidente Lula reforçou o interesse do Brasil em desenvolver parcerias tecnológicas. “Queremos inteligência artificial. Queremos tudo o que eles puderem compartilhar conosco — e a palavra certa é ‘compartilhar’. Precisamos aprender a trabalhar juntos para colher os frutos de que necessitamos”, declarou o presidente.