Operação "Escudo Virtual" da Polícia Civil do Pará desarticula esquema de fraudes digitais
- Categoria: POLÍCIA
- Publicação: 21/05/2025 10:04

A Polícia Civil do Pará deflagrou, nos dias 20 e 21 de maio, a operação "Escudo Virtual", com foco no combate a crimes cibernéticos e fraudes eletrônicas. A ação resultou no cumprimento de 25 mandados de prisão em diferentes regiões do país, com alvos localizados nas cidades de Cuiabá, Várzea Grande e Sinop, no estado do Mato Grosso, e em Ribeirão Preto, Birigui e Jaboticabal, no interior de São Paulo.
Coordenada pela Diretoria Estadual de Combate a Crimes Cibernéticos (DECCC), a operação contou com o apoio operacional das Polícias Civis de Mato Grosso (PCMT) e de São Paulo (PCSP). Os mandados fazem parte de investigações que apuram crimes como fraudes digitais, aliciamento de menores, importunação sexual online e outras violações aos direitos individuais cometidas em ambientes virtuais.
Segundo a Polícia Civil, os criminosos vinham aplicando golpes que, até o momento, já causaram um prejuízo direto superior a R$ 403 mil às vítimas, todas residentes no estado do Pará. De acordo com o delegado Tobias Rodrigues, titular da Divisão de Combate a Crimes Econômicos e Patrimoniais Praticados por Meio Cibernético (DCCEP), os estelionatários se especializaram em dois tipos de fraudes principais.
Um dos esquemas mais recorrentes é o chamado “Golpe do Terceiro Intermediário”. Nele, o golpista se apresenta simultaneamente como comprador para o legítimo proprietário de um bem (geralmente veículos) e como vendedor para o interessado na compra. Após conquistar a confiança de ambas as partes, o criminoso indica contas bancárias de terceiros para onde os valores devem ser transferidos. Com o dinheiro em mãos, desaparece — deixando tanto o comprador quanto o vendedor no prejuízo.
“Na hora de concluir a transação, o verdadeiro proprietário do bem se recusa a fazer a transferência em cartório porque não recebeu o valor acertado. E o suposto comprador, que já fez o pagamento, fica sem o veículo e sem o dinheiro”, explicou o delegado Rodrigues.
O segundo golpe frequentemente aplicado envolvia clonagem de perfis em aplicativos de mensagens. Usando números falsos e se passando por parentes das vítimas, os criminosos solicitavam transferências bancárias urgentes para contas diferentes, sempre com justificativas convincentes. “Essas abordagens costumam gerar respostas impulsivas das vítimas, que muitas vezes só percebem o golpe depois que o dinheiro já foi transferido”, destacou o delegado.
Durante as investigações, os agentes identificaram que os valores repassados pelas vítimas eram distribuídos entre diversas contas bancárias. No entanto, logo em seguida, os montantes acabavam concentrados em contas vinculadas a um mesmo indivíduo — o principal articulador das fraudes. A quebra do sigilo bancário revelou uma intensa movimentação financeira, incompatível com a renda declarada dos investigados.
Os elementos reunidos nas investigações apontam para a existência de uma associação criminosa estruturada, voltada exclusivamente para a prática de fraudes eletrônicas em escala nacional. “Apesar de todas as vítimas identificadas até o momento serem do Pará, os golpes eram aplicados em vários estados do país”, ressaltou o delegado Tobias Rodrigues.
Os presos irão responder por crimes como lavagem de dinheiro, estelionato e associação criminosa. A Polícia Civil do Pará continua as investigações para identificar outros envolvidos e localizar possíveis vítimas que ainda não registraram ocorrência.
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