A inauguração da ponte de Tienditas, rebatizada de Atanasio Girardot e que liga as cidades de Ureña na Venezuela e Cúcuta na Colômbia marca o desfecho da a reabertura de fronteira entre os países, que começou anos passado após o restabelecimento das relações diplomáticas bilaterais, rompidas em 2019 por diferenças políticas.

A ponte foi construída em 2016, nem chegou a ser inaugurada e foi bloqueada por gigantescos contêineres metálicos instalados por militares venezuelanos como uma barricada. A Venezuela e a Colômbia reataram relações após a chegada ao poder do esquerdista Gustavo Petro, que prometeu "normalizar" a fronteira binacional de 2.200 quilômetros, afetada por grupos armados e pelo contrabando.

As relações diplomáticas foram rompidas em 2019, quando o Governo de Iván Duque reconheceu o líder da oposição Juan Guaidó como o "presidente responsável" da Venezuela por questionamentos sobre a reeleição de Maduro um ano antes.

A reabertura da fronteira tenta recuperar um intercâmbio comercial que chegou a 7,2 bilhões de dólares anuais em 2008, mas que, em 2021, mal chegou a 400 milhões de
dólares.

Há uma ampla agenda bilateral, marcada também pelo fluxo migratório, em um momento em que mais de sete milhões de venezuelanos vivem no exterior, segundo a ONU, fugindo da crise em seu país.

A Venezuela também é fiadora nas negociações do governo colombiano com a guerrilha do exército de libertação nacional, que busca a assinatura da paz em 2016 com as então Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).